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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Story of My Life #Capitulo 31 "Marcas do passado"


           #Pov Zayn#

    A minha ira talvez tenha sido maior do que qualquer coisa. Mandei todos os empregados da casa saírem e curiosamente não encontrei o tal do jardineiro em parte alguma, e enquanto os gêmeos ainda dormiam, fui até o quarto.

   (S/n) tinha acabado de sair do chuveiro, usando pijama e de cabelos molhados e penteados. Ela parecia tremer. Quando me viu, senti que sua aura se modificou, tornando-se medrosa.
   -Algum problema? – perguntou se sentando na cama... Pude notar que ela entrelaçou os dedos, numa tentativa de controlar a tremedeira e não a tornar tão evidente.
   -Eu não vou arrancar pedaço, tá bom? – falei calmo, pois mesmo tendo ouvido de uma pessoa que em minha concepção era de confiança, eu não podia acreditar que (S/n) pudesse estar me traindo.
   -Do que está falando? – ela estreitou o olhar, mais nervosa.
   -Estou falando que Barbara acabou de me contar que te viu se agarrando com o jardineiro lá embaixo. – ela ficou de pé me encarando atônita, mas eu a impedi de falar – eu não digo que acredito nela, pois se acreditasse não iria vir te contar agora, pelo contrário, iria esconder de você e investigar tudo profundamente, mas não é isso. Eu... Preciso ouvir de você. – ela parecia paralisada. - você vai ficar mesmo quieta? Não vai me dizer nada?
 
             #Pov (S/n)#

     -Vou te dizer... E dizer muitas coisas! - fiquei de pé no mesmo instante - já faz um tempo que esse cara vem dando encima de mim... - a expressão dele era serena - na frente de tudo e de todos, inclusive os gêmeos. Eu não gosto nada dessa situação, mas ele não tinha ultrapassado os limites, então não levei tão a sério.
    -Ele te agarrar na cozinha é algo que na sua opinião, não é ultrapassar limites, (S/n)? - ele riu ironicamente, e senti uma erupção de raiva subir pelo meu corpo e ir se propagando em minhas bochechas. - então me responde, qual é o limite pra você?
    -Hoje foi a primeira e única vez que ele fez isso, e se você não acredita em mim, eu não quero ouvir mais nada! - me virei decididamente em direção a porta. Ele me pegou fortemente e me fez voltar pra onde eu estava.
    Seus olhos tomados pela fúria, e sua ira toda em minha direção. Me vi sentada na cama, recuada, apenas com os olhos colados na face irada de Zayn.
    -Você é MINHA mulher...M-I-N-H-A! Eu não vou tolerar que homem nenhum te toque, nenhum! - ele estava tão perto... Ai meu Deus, como ele ficava lindo bravo e com ciúmes. - eu acredito em você, e sabe disso... - agora quem ia saindo era ele.
   -Onde você vai? - gritei, e ele parou me olhando.
   -Falar com ele, claro.
   -Eu o despedi. - ele voltou pro quarto, enquanto eu me mantinha na mesma posição, apoiada nos ombros sobre a cama.
Se sentou ao meu lado, e murmurou...
   -Porque não me contou? - sua pergunta era controlada, calma... Ele parecia envergonhado.
   -Vergonha. - respondi antes da pergunta se completar. Me ergui da cama, e me tranquei no banheiro. Mesmo ouvindo Zayn bater na porta, me sentei sobre a pia e fiquei olhando pro chão, sentindo uma imensa vontade de chorar.
     Eu não queria me sentir assim, mas mesmo contra a minha vontade, as lágrimas vinham aos meus olhos e as minhas lembranças eram despertas por nada. Eu tinha medo do mundo, e meu único refugio era com Zayn. Mas neste momento ele não parecia apto a me consolar, sendo ele o “motivo” de meu desolamento. Eu sabia que se contasse ele iria me perguntar exatamente o porque de não ter contado. E não contei exatamente por isso... Ele iria me fazer reviver o passado tão dolorido.
   -(S/n), desculpa... - a voz dele estava baixa do outro lado da porta - Eu... Sei que você não fez nada. Eu acredito em você, obviamente! - o silencio tomou conta do ambiente quando me agarrei aos joelhos sentindo lágrimas molharem meu rosto. - ta, eu sou um idiota! Eu fico acreditando em tudo que me dizem, mais eu acredito em você. Você me perdoa?
Ouvi o estrondo de sua mão se chocando contra a porta. Ele estava mesmo nervoso.
    -perdôo. Mas eu... - engoli o som das lágrimas, e o bolo de tristeza preso na garganta - quero ficar sozinha.
Podia ter sido da minha cabeça, ou algo assim... Mas não obtive resposta. Os passos nervosos se acalmaram, e as palavras de sua raiva cessaram. Tudo caiu num profundo silêncio...
Respirei fundo, sentido meu peito se inflar com o ar que entrava, e fiz minha mente trabalhar em coisas boas. Já tinha passado três anos longos e cheios de felicidade, e eu ainda não esquecia tudo que me acontecera.
    Eu tinha a resposta para todas minhas perguntas. Kelly. Ela ainda estava por ai. Minha família ainda estava sobre ameaças e eu tinha mais do que tudo, medo do que eles podiam sofrer por mim.
E por isso... Eu ficava louca. Ok, ou eu precisava de um tratamento mas rigoroso na psicóloga, ou eu tinha que deixar de ser tonta e não descontar toda a minha raiva encima de Zayn.
    Pulei da pia onde estava sentada, e me olhei no espelho. Meu rosto estava mais avermelhado que tudo, com lágrimas grossas e cheias rolando por minhas bochechas. As sequei no mesmo instante, e senti um peso imenso saindo de cima de mim. Era como mandar o trauma de volta para onde nunca deveria ter saído... Do passado.
      Abri a porta do quarto, e quando o fiz, Zayn ainda estava lá. Agora sentado no chão do quarto, bem ao lado do banheiro... Quieto, talvez nem houvesse percebido que eu ali estava o observando. Thomas sentado bem a sua frente, ambos na mesma posição... Zayn apenas remexia no cabelo longo e liso do nosso filho.
   -A mamãe ta dodói? - a voz dele era baixa.
   -Sim. - respondeu compreensivo.
   -E ela vai pro céu? - o rosto dele se virou em direção a Zayn preocupado. - eu não quelo que ela vá.  
    -Não... Claro que não. Ela está doente, mas o que ela tem é algo que não pode ser curado com remédios, ou tratamento. É somente o tempo e o amor que temos para dar a ela que pode funcionar. - Thomas piscou. Os olhos para Zayn não entendendo nada do que ele falava - Ela vai ficar boa, Tom. - Zayn riu, e apertou levemente o nariz dele - você não precisa se preocupar. Porque não vai brincar com a Madu? Ela está na sala com a Barbara.
   -Você vai? - perguntou ficando de pé com a ajuda de Zayn.
   -Vou esperar a mamãe, depois nós vamos. - Tom assentiu, e saiu correndo pela porta do quarto. No mesmo instante, bati a porta do banheiro com força, e Zayn me olhou atento. Num pulo ficou de pé. - (S/n)...
   -Tem uma coisa que você ainda precisa fazer pra eu te perdoar completamente. - mais rápido do que eu podia imaginar, fui em direção a Zayn e me joguei nos seus braços. Ele riu, beijando minha testa.
   -Ok, eu faço o que quiser pra ter sua confiança de volta.
   -Despeça essa babá.

    #Pov Zayn# 

   -(S/n)... Porque isso tudo? - na verdade pra mim não fazia diferença despedir ou não a tal da babá. Mais essa semana (S/n) e eu iríamos visitar a nova filial da empresa no Brasil, (aquela que o pai da (S/n) cuidava quando ela era solteira e morava no Brasil)  não havia ninguém que pudesse tomar conta dos gêmeos no final de semana.
   -Porque se ela não fosse tão enxerida, nada disso teria acontecido. - ela me empurrou um pouco, mais eu a abracei novamente. - Zayn! - sua voz saiu um pouco abafada pela abraço apertado.
   -Ta, eu despeço quem você quiser, pequena. - respondi carinhosamente - mas não vamos arrumar alguém até sábado. Hoje é quinta, e não sei se lembra, amanhã vamos viajar para a América do Sul de noite.
    -OMG, é verdade! - levou a mão até a testa, parecendo se lembrar. - droga, você tem razão! Mais promete que quando voltarmos, você o fará?
    Ela ergueu o rosto e o dedo mindinho. Isso era bem Gay, mas quando se trata da felicidade da sua mulher, fazer o “Pink Promess” poderia ser bem visto.
    -Ok, prometo. - entrelacei o meu dedo no dela, e logo após, nos beijamos novamente.
    -Hei! Eu ouvi muito bem você dizendo pro Tom que iria ficar com ele e com a Madu. - ela me empurrou levemente. - vai quebrar a promessa?
    -Ah, (S/n)... Isso não é hora pra me lembrar disso. - a puxei novamente contra mim.
    -Ah, mas tudo que se promete pros filhos, se tem que cumprir. Anda, vai. Eu também vou...
    -Ok. - quando (S/n) ia me puxando pro corredor, meu celular soou alto. - Alo? - falei quando ambos paramos ao pé da escada - Oi querida, como vai? - (S/n) me olhava estranho. - Ah, aqui está ótimo, filha... - ela pareceu relaxar, e deu uma risadinha.
   -Deixa eu falar com ela... - murmurou.
   -(S/n) quer falar com você. Também te amo. Beijos. - passei o celular para (S/n), quando Madu veio em nossa direção correndo... Quando a conversa de (S/n) e Tabatta se iniciou, apanhei Madu e fui em direção a sala.

       #Pov (S/n)#


    -Eu não queria te dizer essas coisas, mãe... Porque eu sei que você tem alguns problemas com o que houve no passado, mas não posso ficar calada quando estou tão preocupada.
    Só a voz dela me fazia tremer dos pés a cabeça. Fazia meu corpo girar diferente. Tabatta queria me dizer algo sobre Kelly, e era algo ruim.
     -Eu sei que você não faz por mau, querida... O que houve? Me conta tudo... - me sentei na cadeira da cozinha, quando ela pigarreou no outro lado da linha.
    -O papai te disse que ela ligou? - perto de mim, ela mencionava o nome de Kelly.
    -Disse.
    -É, agora ela me mandou uma carta. - soltei apenas um muxoxo, e ela prosseguiu - quer saber o que ela escreveu? - pude perceber que a voz dela se tornava chorosa.
   -Tabatta, calma... - falei tentando me controlar para também não chorar. - me conta, o que ela escreveu?


   (Continua...)

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